O vice-presidente da Socerj, Ricardo Mourilhe, disse que a notícia “é animadora”. Embora a pesquisa esteja ainda em fase inicial, com uma quantidade de pacientes reduzida, ela “abre a perspectiva de novos estudos futuros”, disse.
“Os vasodilatadores são medicamentos que a gente usa normalmente em indivíduos com alguma cardiopatia. Então, se você tem uma substância que pode causar esse benefício, uma forma de transformar o efeito benéfico dessa substância em um medicamento seria produzir essa substância em forma de comprimido e não necessariamente o chocolate, porque ele tem outras substâncias que aumentam o peso”, disse.
O efeito antiinflamatório e antioxidante é semelhante ao efeito dos medicamentos para colesterol, que são as estatinas. Com isso, diminuiria o colesterol ruim e aumentaria o colesterol bom dos pacientes. “Seria outro efeito benéfico da substância [presente no chocolate amargo]. Por isso, é tão relevante essa descrição, porque abre um leque de oportunidades de desenvolvimento de novos produtos”.
A pesquisa analisou o consumo diário, pelos pacientes estudados, de 100 gramas de chocolate amargo com 85% de cacau, “ou seja, é bastante concentrada a questão do flavonoide”. Mourilhe observou que quando se identifica algum produto alimentar que tem uma substância positiva para o organismo humano, as etapas seguintes em um processo de pesquisa consistem em transformar essa substância em medicamento, excluindo os malefícios de outras substâncias misturadas.
O grupo que iniciou a pesquisa deve dar sequência aos estudos, mas Mourilhe não descarta a possibilidade de equipes de outros centros interessados participarem do processo. Segundo o vice-presidente da Socerj, a indústria farmacêutica poderia desenvolver esse medicamento.
Agência Brasil
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