As mulheres são as mais atingidas pela obesidade na Paraíba, segundo dados do terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 – Ciclos de vida e antropometria, divulgado nta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento aponta que 21,5% das mulheres com 18 anos ou mais sofrem com o problema no estado, enquanto que o percentual entre os homens é de 12,6%.
A designer gráfica Lays Amaro é uma dessas mulheres. Ela pesa 110kg, tem 1,70m de altura e se considera obesa. “Eu engordei durante a gestação e não consegui reduzir. Apenas mantive o que havia ganhando no período gestacional. Faz 3 anos que engordei e estou no mesmo peso”, relatou a jovem de 23 anos que pesava em torno de 65kg antes de engravidar.
No início, ela não aceitava o próprio corpo. Porém, com o tempo, ela resolveu não se deixar abalar pela opinião dos outros e aprendeu a se assumir. Apesar do peso, Lays explicou que, mesmo com uma rotina movimentada, faz caminhada uma vez e pratica dança duas vezes por semana.
“Notei que minhas pernas doíam por trabalhar muito tempo sentada. Então entrei na aula de dança apenas para movimentar as pernas e já me sinto bem melhor. Por conta da minha falta de hábito de incluir lanches na rotina de trabalho, eu não lancho. Apenas tomo café normal, almoço normal e janto muito tarde. Mãe solteira que trabalha e estuda não tem tempo de comer direito e isso afeta o ritmo do metabolismo. Acredito que se eu tivesse uma alimentação regular isso se resolveria”, explicou.
Para motivar outras meninas que estão acima do peso a se acharem bonitas, Lays fez uma página no Facebook chamada “Eu, Gordelícia”. “Tento motivar as meninas a se amarem assim mesmo como são. Porque se você se amar, as pessoas vão enxergar mais beleza”, disse.
“No primeiro ano após eu ter minha filha, eu ficava triste. Principalmente porque as pessoas falam como se fosse uma obrigação que você tem: você deve ser magro. Daí eu comecei a perceber que eu não devo ser magra porque as pessoas me pedem ou porque acho que ficarei mais bonita e aos poucos fui colocando rotinas mais saudáveis. Caso emagrecesse, era consequência, mas não era meu foco. Se alguém me achar bonita, bom. Se não achar, bom também. Percebi que depois que me vi assim, as pessoas me enxergavam melhor”, relatou.
A nutricionista Júllia Santos explicou que as mulheres têm uma tendência maior a desenvolver a obesidade. “Isso acontece por causa da composição corporal diferenciada da dos homens e por questões hormonais. Além disso, após a menopausa, ocorre aumento de peso e modificações na distribuição de gordura, havendo uma elevação da gordura corporal”, informou.
Para ela, a obesidade pode ser considerada um problema de saúde pública, uma vez que predispõe o desenvolvimento de várias doenças. “Alguns exemplos são a insuficiência cardíaca, resistência à insulina, que é um dos fatores que podem causar a diabetes mellitus, dislipidemia, que propende à aterosclerose, hipertensão arterial sistêmica, disfunções pulmonares, entre outras”, citou.
A PNS 2013 ainda mostra a incidência de excesso de peso e as mulheres são, mais uma vez, as que mais sofrem com o problema. Ao todo, 57% das mulheres e 49,6% dos homens estão acima do peso na Paraíba. Em relação ao déficit de peso, o número de paraibanos que sofrem com o problema é bem menor: apenas 3%.
Segundo o IBGE, a pessoa é considerada obesa quando o Índice de Massa Corporal (IMC) – peso em quilograma dividido pela altura em metro ao quadrado – é maior ou igual a 30 kg/m². Existe excesso de peso quando o IMC é maior ou igual a 25 kg/m² e déficit de peso quando o IMC é menor que 18,5 kg/m².
Obesidade abdominal
A pesquisa do IBGE também mostra a prevalênia de pessoas de 18 anos ou mais com a circunferência da cintura aumentada, que está associada ao risco de doenças cardiometabólicas. Segundo estimativa da PNS 2013, 51,5% das mulheres foram classificadas no grupo de obesidade abdominal, enquanto que nos homens esta prevalência ficou em 17,1%. A circunferência da cintura é considerada aumentada, segundo a OMS, quando a medida for maior ou igual a 88 cm para as mulheres e maior ou igual a 102 cm para os homens.
A pesquisa do IBGE também mostra a prevalênia de pessoas de 18 anos ou mais com a circunferência da cintura aumentada, que está associada ao risco de doenças cardiometabólicas. Segundo estimativa da PNS 2013, 51,5% das mulheres foram classificadas no grupo de obesidade abdominal, enquanto que nos homens esta prevalência ficou em 17,1%. A circunferência da cintura é considerada aumentada, segundo a OMS, quando a medida for maior ou igual a 88 cm para as mulheres e maior ou igual a 102 cm para os homens.
“O tipo da distribuição de gordura também é um fator importante, pois a concentração de gordura abdominal eleva o risco do surgimento das doenças supracitadas mais do que outros tipos de distribuição de gordura. De qualquer forma, é sempre recomendado procurar um nutricionista para fazer um plano dietético apropriado de acordo com cada indivíduo”, alertou Júllia Santos.
Krystine Carneiro do G1
Postar um comentário