Fontes da polícia divergem sobre o número de mortos; quatro militantes do Al-Shabab foram mortos, segundo autoridades
Subiu para 147 o número de mortos após ataque terrorista em universidade do nordeste do Quênia nesta quinta-feira (2), segundo informações do Centro Nacional de Operações de Desastres do Quênia e do ministro do Interior.
O ministro do Interior do país, Joseph Nkaissery, disse que a maioria dos mortos eram estudantes, mas incluiu dois policiais, um soldado e dois vigias nesse grupo.
Ele disse aos repórteres que ainda não se sabe o número total de militantes que participaram da ação e que ainda há agentes da segurança nacional lutando contra supostos terroristas na Garissa University College.
Na tarde desta quinta, Nkaissery ordenou um toque de recolher em Garissa e nos municípios vizinhos de Wajir, Tana River e Mandera. O Al-Shabab reivindicou a autoria do ataque.
Soltura dos reféns
Autoridades de segurança quenianas na cena do ataque terrorista anunciaram que a operação de segurança para libertar os reféns acabou e que o número de mortos pode chegar a 150. Dezenas de reféns foram libertados, segundo eles, enquanto quatro terroristas islâmicos foram mortos. O tiroteio terminou, de acordo com repórteres da Associated Press perto da cena do crime.
Uma fonte da polícia queniana disse que havia 147 mortos enquanto outra elevou o número para 160. Uma terceira fonte afirmou que os mortos chegam a 80, mas explicou que havia tantos corpos que seria difícil divulgar com precisão esse dado, já que anoiteceu e o local está sem energia elétrica.
Pânico
Mesmo quando as forças de segurança encurralaram os homens armados em um dormitório da Garissa University College, onde eles estariam mantendo reféns, sobreviventes descreveram à Associated Press um cenário de horror, onde as vítimas eram mortas de maneira impiedosa a tiros e balas assobiavam pelo ar enquanto outros estudantes corriam por suas vidas.
Collins Wetangula, vice-presidente da associação de estudantes, disse que se preparava para tomar banho quando ouviu tiros vindos do dormitório Tana, que abriga homens e mulheres, a 150 metros de distância. O campus tem seis dormitórios e pelo menos 887 estudantes, disse ele.
A testemunha disse que quando ouviu os tiros se trancou no dormitório junto a outros três companheiros.
"Tudo o que ouvi foram passos e tiros. Ninguém estava gritando porque provavelmente imaginavam que o barulho levaria os pistoleiros até onde eles estariam escondidos", disse ele. "Os homens armados diziam 'sisi ni al-Shabab' (Somos al-Shabab)", disse Wetangula.
Quando os homens armados chegaram ao seu dormitório ele pôde ouvi-los abrindo portas e perguntando se os alunos eram muçulmanos ou cristãos.
"Se você fosse um cristão seria baleado no local", afirmou. "A cada explosão eu pensava que seria o próximo a morrer."
O Estado Islâmico é a organização terrorista mais rica do mundo. Com recursos vindos de crimes e do petróleo, os militantes administram até US$ 2 bilhões anuais. Foto: AP
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Os pistoleiros começaram a atirar rapidamente e foi como se houvesse uma troca de tiros, explicou.
"Depois, vimos homens com uniforme militar através da janela da parte de trás do quarto que se identificaram como militares quenianos", disse Wetangula. Os soldados levaram ele e cerca de 20 outros para um lugar seguro.
Agostinho Alanga, um estudante de 21 anos, descreveu uma cena de pânico enquanto tiros soaram do lado de fora do seu dormitório ainda de madrugada, quando a maioria dos universitários dormia.
O tiroteio se tornou mais intenso quase imediatamente, ele disse à AP por telefone. A artilharia pesada forçou alguns alunos a ficar dentro dos dormitórios enquanto outros fugiam pelos corredores sob disparos dos militantes. Ele diz ter visto pelo menos cinco homens mascarados fortemente armados.
"Estou me recuperando da dor depois que me feri enquanto tentava escapar. Eu estava correndo com os pés descalços", disse Alanga, que foi uma das dezenas de estudantes que conseguiram escapar através de cercas arame farpado.
O ataque começou por volta das 5h30 - horário local. As orações da manhã estavam em andamento na mesquita da universidade, onde os alunos não foram atacados, disse ele.
*Com AP
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