MPPB poderá acionar a direção do Trauma na Justiça, caso o problema não seja resolvido.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) convocou uma reunião para hoje na sede do órgão em Campina Grande, para cobrar uma solução para o problema de retenção de macas do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu), no Hospital de Trauma de Campina Grande. Além da diretoria da unidade hospitalar e da coordenação do Samu, diretores de vários hospitais da cidade e o procurador do município, José Mariz, devem participar do encontro, marcado para as 14h.
De acordo com o procurador José Mariz, o órgão oficiou o MPPB no início do mês sobre problema e poderá acionar a direção do Trauma na Justiça, caso não seja proposta uma solução. “A direção do Trauma alega que o município está sufocando o hospital, mas os paramédicos e enfermeiros são todos orientados para encaminharem os pacientes aos hospitais específicos e assim o fazem. Só encaminhamos ao Trauma aqueles casos de urgência e na região não tem outro hospital para referência neste tipo de atendimento. Além disso, outros municípios também levam pacientes para lá. O que nós esperamos é que cheguemos a um denominador comum, ou iremos ingressar na Justiça para responsabilizar o hospital”, reforçou.
O coordenador-geral do Samu, Carlos Alberto Figueiredo Filho, disse que o problema persiste e as macas chegam a ficar retidas entre oito e 12 horas no Trauma. “A direção alega que o hospital fica superlotado, então a Promotoria resolveu convocar todos os diretores para ver se há um redirecionamento de pacientes porque tem dias que das 10 ambulâncias do Samu, nove ficam retidas no Trauma, de duas a três horas, até oito ou 12 horas, inclusive nós disponibilizamos 14 macas reservas além das que já existem na ambulância e em média 12 ficam presas no hospital. O telefone não para de tocar e nós ficamos sem ter como atender outras ocorrências”, salientou.
Já para o diretor geral do Trauma, Geraldo Medeiros, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deve regular de forma mais adequada os pacientes crônicos, que segundo ele, estão sendo encaminhados para a unidade. “O que nós sugerimos à secretaria é que ela regule os doentes com câncer, hepatite, dengue, tuberculose, Aids, enfim, as doenças crônicas que estão vindo pra cá e que o Trauma fique somente no atendimento de seu doente, ou seja, das vítimas de trauma, evitando a superlotação. No final de semana, por exemplo, as vítimas de acidente de moto aumentam muito, chega um ponto que não temos mais cama, não temos mais nada”, detalhou.
Conforme a promotora da Saúde em Campina Grande, Adriana Amorim, um TAC poderá ser firmado após a reunião. “Todos os hospitais da rede foram convocados para pedirmos essa cooperação. Vamos ouvir todas as partes. A nossa sugestão é que os pacientes sejam atendidos nas unidades específicas de referência para tentar desafogar o Trauma e poderá sair um ajustamento de conduta da reunião para firmar os termos dessa cooperação”, frisou.
O que diz a Secretaria
A secretária municipal de Saúde, Lúcia Derks, reconheceu a superlotação no Trauma. Para ela, Estado e município precisam organizar a rede de urgência. “O município também tem que regular sua rede local para receber seus pacientes com resolutividade, o Samu só encaminha para o Trauma que já está superlotado. Tanto a gestão municipal como a direção do Trauma têm que chegar a uma solução, porque certamente o Trauma está atendendo a mais do que sua capacidade. Vamos tentar com os diretores de todos os hospitais para que eles se comprometam, a responsabilidade é de todos”, completou.
Da Redação: Com Fernanda Moura / Jornal da Paraíba
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